quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

AFINAL, POR QUE MOTIVO A BÍBLIA PODE SER CONSIDERADA UM COMPILADO DE GÊNEROS TEXTUAIS?

Gênero textual é uma forma de transmitir uma determinada mensagem ao receptor e ainda se pode dizer que esses gêneros são classificados de acordo com função comunicativa, possuindo linguagem e estrutura diferentes para cada uma delas (Fernandes, 2025). 

Sabendo disso, podemos dizer que o gênero textual é construído de acordo com a intenção do emissor da mensagem, que deseja transmitir algo ao leitor. Um gênero textual são as diferentes formas em que se apresentam textos narrativos, expositivos, argumentativos etc.(Lombardi, 2017). Desse modo, o Ser que deseja transmitir Sua Palavra é Deus na Sua infinita sabedoria, por meio da Bíblia, quando esta foi inspirada pelo Espírito Santo a seus autores. 

Sabendo que os gêneros levam em conta as diferentes funções que a linguagem transmite, cabe relembrarmos alguns conceitos básicos sobre as funções da linguagem. Dentre as funções, cabe destacar: função conativa, metalinguística, emotiva, fática, poética e referencial, que foram desenvolvidas pelo linguista Roman Jackobson, e que estão relacionadas com os elementos da comunicação (o emissor, o receptor, a mensagem, o canal, o código e o contexto) (Castro, 2025). Com isso, a Palavra foi escrita com o propósito de instruir o ser humano por meio das várias construções textuais presentes no texto, desde revelações, profecias, provérbios, cânticos, epopeias, entre outros exemplos de tipos de gêneros que se encontram na palavra de Deus. Pereira (2024) complementa esse ponto abordado (diferentes gêneros) presentes na Bíblia, dos quais podemos destacar: gênero narrativo, gênero legislativo (exposição de leis), gênero sapiencial (sabedorias que se baseiam na realidade), gênero poético (modeo de poesia hebraica antiga), gênero profético (textos que narram as atividades dos profetas), gênero epistolar (exposição de doutrinas, que provoca exortações) e  gênero apocalíptico (possui carcaterísticas semelhantes com o profético, mas está amparado em figuras, números, imagens - símbolos, em resumo). 

Voltando ao ponto sobre as funções da linguagem, cabe salientar que um texto pode ter uma ou mais funções inseridas em seu contexto, porém um será predominante. Para melhor entender esse ponto, é trazido um quadro-referência sobre essas funções, trazido do autor Brasileiro (2016, p. 3-4): 

Elemento da comunicação enfatizado

Função da linguagem

Justificativa

Emissor

Emotiva ou expressiva

Enfatiza a primeira pessoa (o eu), que no caso é o autor da mensagem

Receptor

Conativa ou apelativa

Enfatiza a 2ª pessoa, tenta o poder de convencer o leitor, persuadi-lo

Mensagem

Poética

Quando o emissor (aquele que emite algo) favorece o modo de registrar a mensagem, em outras palavras, usa recursos literários, tais como figuras de linguagem, rima, estrofe, versos etc.

Código

Metalinguística

A linguagem fala dela mesmo, é o código falando de outro código. Como exemplo temos um verbete de dicionário. No caso do verbete, o código (explicação do significado) se refere à palavra (código)

Canal

Fática

Tem como objetivo estabelecer, prolongar ou interromper a comunicação. Testa a eficiência do canal, se a mensagem está realmente chegando a seu destino

Referente

Referencial ou denotativa

Aponta para os fatos expressos, estabelece o sentido real das coisas e dos seres


Em resumo, podemos afirmar que cada função da linguagem, dentro do contexto da palavra divina exerce uma função, a saber: 

a) função emotiva: o autor (Deus) expressa sua palavra por meio dos autores, relatando seus anseios (tal como a salvação pessoal do homem);

b) função conativa: O Senhor se usa de seu divino Espírito para suscitar no coração do homem o convencimento da palavra, no coração do homem

c) função poética: esse tipo de função é comum nos livros sapienciais, como Salmos, Provérbios, Sabedoria etc.;

d) função fática: o própio Deus estabelece isso quando aparece para Moisés ou mesmo em revelação por sonho, como foram os exemplos de Noé ou da revelação do anjo a N. Sra. Ainda podemos citar como exemplo as perguntas retóricas no livro de Jó, que Deus estabelece com seu discípulo um diálogo;

e) função referencial: na sua infinita sabedoria, o Senhor exepressa a realidade da existência do juízo após a morte ou mesmo do inferno 

f) função metalinguística: acontece na palavra quando o Senhor estabelece os 10 mandamentos no antigo testamento, e os retransmite, por meio os autores do novo testamento;

De fato, o estudo do homem sobre a linguagem (no âmbito físico) pode estar relacionado ao âmbito espiritual, quando o leitor consegue estabelecer essas relações de contexto. Acredito que isso comprova que nosso Criador criou toda a sabedoria existente e que Ele nos concede o conhecimento por sua Misericórdia, em não ver nossos defeitos, mas em ver como Ele vai agir nas nossas imperfeições e como usá-las a seu favor, para trilhar o caminho da salvação. 

A Bíblia é de fato a maior comprovação de que Ele pensou em todos os detalhes desde o início da criação, inclusive no conhecimento humano. 




FONTES

https://www.todamateria.com.br/generos-textuais/, acesso em 22 de janeiro de 2025.

https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm, acesso em 22 de janeiro de 2025. 

https://maedajuda.com.br/home/generos-literarios-na-sagrada-escritura/, acesso em 23 de janeiro de 2025.

BRASILEIRO, A. M. M. (org.). Comunicação e Expressão. Porto Alegre: SAGAH, 2016. 184 p. 

LOMBARDI, R. F. (org.). Oficinas de Textos em Português. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2017. 120 p. 

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