A dengue é uma doença que assola nosso país há anos, mas ultimamente está assumindo projeções ou dados preocupantes, estando vinculados a diversos fatores, desde sociais (pobreza, cultura), política e até mesmo no âmbito individual. Só no ano de 2024, nossa nação liderou a posição dos países com casos confirmados ou prováveis dessa doença. É o que relata Laboissière (2024), ao afirmar que o Brasil ocupa o maior número de notificações da doença, seguido da Argentina, Paraguai e Peru, respectivamente.
Com essa realidade preocupante, cabe se perguntar: em quais pontos estamos errando e que estamos contribuindo para esses números? Relato algumas hipóteses que podem comprovar isso, dentre eles: a não aplicação da vacina em escala nacional, assim como foi na época da COVID-19 e a falta de prevenção por parte dos próprios residentes.
No ano de 2023 já se alertava para a falta do imunizante na rede pública, futuramente. Blanes (2023) salienta que embora aprovada pela Anvisa desde março daquele ano, a vacina não estava incorporada no CNI (Calendário Nacional de Vacinação) e nem estava disponível no SUS, até o ano de 2025.
Segundo relatava os membros da pasta, o imunizante ainda necessitava passar por análises de eficácia (Blanes, 2023). Em outras palavras, parece que há uma certa despreocupação em imunizar a população, pois esse vírus já circula no Brasil há anos, mas mesmo diante do quadro, ainda não houve um real empenho pelo poder público para prevenir possíveis surtos.
Felix (2025) atesta que o Brasil tem desafios para combater a dengue nesse ano, já que, somente no ano de 2024, houve mais de 6 milhões de casos positivos e mais de 6 mil mortes, decorrentes da dengue. Tal situação deve causar preocupação em nós, brasileiros, pois tais dados se assemelham à época da pandemia da COVID-19.
Por outro lado, cada um de nós possui sua responsabilidade no combate ao mosquito em conjunto com o setor público. Podemos verificar possíveis focos de água parada na nossa casa, no jardim ou mesmo na vizinhança. Como trabalho como ACS desde 2013, algo que tenho notado é a dificuldade de aceitação da orientação nas visitas domiciliares e quem não garante que semelhante resistência acontece no dia a dia, mesmo quando as pessoas veeem os noticiários nas TV's, jornais etc.?
É importante dizer que não devemos colocar a culpa somente nos governantes, pois cada um tem sua parcela de responsabilidade para manter uma sociedade que respeite o que as autoridades ou mesmo os cientistas/especialistas nos aconselham a fazer para que possamos prevenir posíveis criadoutros do mosquito da dengue.
Para encerrar, saliento: para que um país possa se desenvolver, é necessário que a população deva enxergar seu país, colocando em prática o exercício da cidadania, pois temos direitos a serem respeitados e deveres a serem cumpridos (FIA, 2023). Como direito temos uma melhoria do SUS e a aplicação desse imunizante para prevenir surtos e como deveres temos o de ser cidadão, que nos compete a combater os focos, previnindo-se dentro de sua própria casa olhando os focos de criadouro do mosquito.
https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2024-06/com-63-milhoes-de-casos-provaveis-brasil-lidera-ranking-de-dengue, acesso em 24 de janeiro de 2025.
https://veja.abril.com.br/saude/saiba-por-que-a-vacina-da-dengue-deve-demorar-para-chegar-ao-sus, acesso em 24 de janeiro de 2025.
https://veja.abril.com.br/saude/dengue-brasil-bate-recorde-de-casos-e-tem-desafios-para-conter-virus-em-2025, acesso em 24 de janeiro de 2025.
https://fia.com.br/blog/cidadania/, acesso em 24 de janeiro de 2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário