Preciso colocar pra fora o que sinto, e este caderno em forma de diário é o que encontrei. Aquela menina... ela é muito bonita, tem um sorriso lindo! Porém, não posso me envolver com ela nem mesmo em pensamentos. Ela tem apenas 14 anos e eu sou maior de idade, bem mais que 18 anos.
Sinto como se tivesse em mim espinhos na carne por desejar tanto uma garota mais nova e não poder me relacionar.
É bem verdade que um dia eu possa encontrar uma que seja mais nova que eu, mas com apenas um ou dois anos de diferença. Mas enquanto isso não chega vou me matando por dentro por ser assim: uma pessoa que gosta de gente bem mais nova.
Sociedade e lei nenhuma aceitaria eu me envolver com ela. Arrumando alguém mais velho essa vontade passará? É óbvio não, mas a solução é essa. Assim como na matemática há números quebrados; na minha vida essa solução é quebrada, pois é válida e parece bia, porém não resolve cem por cento.
Todos os dias penso nela e no risco que corro. Fico em desespero ao pensar no que estou sendo. Procuro alguma saída mais concreta, mas não vejo. Às vezes pensando nela faço algo que não vou dizer aqui. Mas não é a saída. E o suicídio para matar essa monstruosidade que em vista das leis e da sociedade eu vou me tornando... não é a saída.
Não é a saída, mas é o que está acontecendo comigo a cada dia. Os desejos vão aumentando e a luta dentro de mim para não errar estão me torturando. A depressão que eu tenho é em grande parte por isso. Não por essa garota de 14 anos, mas por todas de 14, 15 que eu me interesso e não posso namorar. Por isso sou um suicida, me mato por todos os desejos que sinto e não posso por pra fora.
Negativo se pensa que vou cometer o ato de tirar a própria vida, mas positivo que estou fazendo isso sentimentalmente todos os dias.
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