Havia
um jovem que morava com sua família. Esse jovem era um bom rapaz desde criança,
porém em sua infância ele sofreu muito na escola. Não em relação às notas, mas
em relação às amizades. Seus “coleguinhas” faziam piadas de mau gosto e o
agredia fisicamente.
Apesar
de todo o sofrimento passado ele nunca revidava. Violência não era sua praia.
Além de não revidar, o jovem também não dizia nada a respeito do que se passava
na escola para sua família. E diversas vezes ele segurou o choro e sofreu
calado.
Em sua
casa nunca lhe faltou nada. Havia comidas e bebidas, roupas e calçados, TV,
computador e vídeo game. Nunca faltou nada a ele. Podia se falar que era um
rapaz rico. Mas, apesar de toda a “riqueza” material ele não era feliz. Sua
família era boa com as pessoas de fora, porém vivia brigando entre si. Seu pai
e sua mãe sempre tomaram bebidas alcoólicas e estando bêbados brigavam e
brigavam.
Foram
anos vivendo assim, sofrendo em segredo e procurando esconder seus sofrimentos
para a família e esconder os problemas da família para com as pessoas de fora.
Poucas vezes ele desabafava com um amigo que verdadeiramente era considerado
amigo. Mas, um dia esse amigo teve que viajar e nunca mais eles se encontraram.
O tempo
passou e sua infância terminou chegando então a juventude. Depois de guardar
todos esses sofrimentos, o jovem se revoltou com tudo e com todos. Ninguém
entendia o porquê de um rapaz tão bom e educado ter se tornado um verdadeiro
mal educado e resmungão. Algumas pessoas imaginavam até que ele pudesse ter se
envolvido com drogas, porém não era nada disso.
Um dia
estando muito triste começou a escrever num caderno tudo o que ele havia
sofrido quando era novo e tudo o que estava sofrendo em sua juventude. Assim
podendo explicar o porquê de agir do modo que estava agindo.
Numa das partes do texto escreveu
assim: “Mundo hipócrita onde o capitalismo vale mais que o socialismo... Estou
indo embora cheio de mágoas porque sempre tive o material e as pessoas pensavam
que isto me bastava para sobreviver. Sempre tive o material, mas sempre me
faltou o essencial que é o amor, o carinho, a compreensão. Faltaram cuidado,
diálogos e aceitação. Faz alguns anos que gosto de... Mas, como não poderei
namorar, vou-me embora.” E por último deixou uma carta para um garoto que
dizia: “Queria ficar com você, mas como você não quer e nem podemos eu vou
embora daqui.” Depois disso ele se matou.
Enfim, quantos de nós hoje somos
ricos pobres? Temos o material, mas nos falta o essencial? Estamos precisando
mudar um pouco nossa maneira de pensar e viver. Sermos mais verdadeiros e
dialogar mais. Aprender que o material não é tudo nessa vida e que o
sentimental vale bem mais.
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