terça-feira, 8 de dezembro de 2015
O GAROTO QUE SÓ QUERIA JOGAR BOLA
Havia um menininho de 11 anos. Ele estudava e vivia com seus pais. Nas horas vagas estava sempre procurando alguém para brincar. Gostava de jogar bola. Não tinha outro lugar a não ser um poliesportivo que ficava cerca de uns 20 minutos de sua casa. Então era lá que ele e seus amigos iam jogar.
Esse era o único poliesportivo para dois bairros, e com isso garotos maiores também acostumavam ir lá para se divertir. O problema da história é que antes de jogar bola, os garotos maiores expulsavam o menininho e seus amigos dando-lhes chutes, socos e boladas. Os maiores se achavam os donos do pedaço. E como enfrentá-los se eles tinham 16, 17 anos e com aparência de homens bem fortes? O jeito era ir embora e deixá-los lá se divertindo.
Essa situação se repetia muitas vezes no mês e isso entristecia o menininho de 11 anos. Ele parou para conversar com seus pais sobre a vontade de jogar bola profissionalmente. Os pais apenas responderam não ter condições. E a história seguiu... Anos se passaram... E nada mudou.
Ainda sem condições de jogar profissionalmente e já abalado com tudo o que viveu, o menino com uns 17 anos estava desanimado. Volta e meia ainda procurava alguém e jogava bola. Estava próximo de completar a maior idade e também concluir a formação escolar no Ensino Médio. Assim se fez naquele ano. E no ano seguinte ele arrumou seu primeiro emprego o que diminuiu muito seu tempo para o esporte.
Irritado por não conseguir realizar sua vontade de jogar profissionalmente e sem tempo e pessoas para se divertir ele foi se excluindo da vida. Como assim? Parecia alguém de castigo, era de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Em seus dias de folga usava o computador e assistia televisão em casa. Ele já não frequentava mais a igreja, não saia com os amigos, não ia ao bar assistir futebol... Ele simplesmente não fazia mais nada.
Manha, pirraça... Cada qual denominava de uma maneira, mas somente ele sabia o que realmente estava acontecendo em sua autoestima. Ainda assim o rapaz fazia jogo duro e não falava nada. Será depressão? E o que importa se é? A essa mesma hora dois anos atrás ele estava voltando da rua com uma comprinha. Desolado com a vida e sem esperança usou o que havia comprado e deitou-se na cama. Abalado e sem fé pediu ajuda ao Pai do céu e disse: "o Senhor me acompanhou sempre e sabe bem que não mereço, mas como tens misericórdia eu não poderia deixar de pedir perdão e dizer que se for da tua vontade eu gostaria de conhecê-lo aí no Paraíso, mas repito não fiz por merecer e reconheço." Deitou-se e minutos depois adormeceu-se e nunca mais acordou.
O que o levou a isso? A usar o que havia comprado? Não foi o simples fato de não ter conseguido jogar profissionalmente, foi o fato dele esconder dentro de si durante anos sentimentos de revolta daqueles garotos que o expulsava do poliesportivo, o sentimento de não ter conseguido amar seus pais como gostaria, o sentimento de não ter amado a si próprio como pessoa. Enfim, ele era cheio de sentimentos escondidos... Quase nunca demonstrava porque preferia viver mentiras que criava em sua imaginação. Inclusive o título do texto foi meio que um meio de disfarçar a verdade por trás do garoto que só queria jogar bola.
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