NO OLHAR DE UMA AMIGA

Depois de algumas pessoas terem dado as costas para um jovem rapaz, entrou em cena em sua vida, uma menina. Ele estava mal, chateado, e com poucos dias de amizade com a garota começou a contar para ela sobre sua vida. E ele ficou surpreso quando ela também contou sobre a vida que vinha vivendo.

O rapaz que aparentemente estava bem guardava dentro de si muitas dores do seu passado. Situações que já eram passadas, porém não foram superadas e isso o deixava infeliz dia e noite. Apesar dos sorrisos ele estava triste. 

A garota estava com problemas familiares (tais problemas não serão relatados aqui). Os familiares a ofendia e ela desculpava, mas eles a ofendia novamente. Tal repetição a fez já não saber mais perdoar essas pessoas. Às vezes ela desculpava, mas já não perdoava. Ainda assim ia para seu quarto rezar e ficava lá, muitas vezes chorando. 

O rapaz também tinha problemas com o perdão. Envolvia também a família, porém sua maior dificuldade em perdoar era perdoar a si próprio. Ele tinha dificuldade também em pedir perdão para as demais pessoas. Reconhecia o erro, mas não conseguia pedir perdão. 

Um rapaz e uma jovem com histórias semelhantes e diferentes que o destino quis unir. E dessa amizade nasceu um novo olhar, para o rapaz, o olhar de uma amiga. Os dois desabafavam e rezavam um pelo outro. A força dessa amizade não permitia que um deles desistisse de lutar pela vida. A amizade sincera, a maneira de olhar, o abraço, a oração, tudo isso os mantinham de pé.

Meses conversando, meses de amizade e aí claro, aconteceu a paixão, depois o namoro... E os dois andando pela cidade foram encontrando mais pessoas com problemas semelhantes e diferentes, e decidiram então ajudá-las. E assim aos poucos foram encontrando mais e mais jovens que se juntaram a eles e se formou assim um grupo de jovens amigos. Cada qual desabafava seus problemas, dava e ouvia conselhos conforme fosse necessário. 

Hoje todos continuam com problemas, porém estão fortes, juntos e unidos na Fé em Deus e na amizade. Pessoas que hoje estão nesse grupo só estão ali porque aceitaram o chamado de outros jovens que chegaram a tempo, pois alguns estavam a ponto de um suicídio, outros estavam caminhando para o alcoolismo, outros estavam sem rumo em busca de um local para morar. Esse grupo ajudou e ainda ajuda muitos jovens naquela cidade. 

Enfim, tudo começou com um olhar amigo, um olhar acolhedor. Um olhar que veio quando tantos outros haviam se virado de costas. Uma amiga que resolveu ouvir um amigo necessitado, e um amigo que ficou surpreso ao conhecer a história da amiga. E que depois disso resolveram ajudar tantas jovens e tantos jovens naquele lugar. 

Essa história pode ser verdadeira ou não, pode ter partes verdadeiras e partes inventadas, fato é que a vida de muitos podem ser melhoradas a partir de um simples olhar amigo. Mas a história bate com a realidade de muitos, não é verdade? Afinal, quem nunca teve ou deu um olhar amigo? Quem nunca ajudou ou foi ajudado? Quem nunca sonhou em ser ou ter Amigos Para Sempre? Ser um dos Jovens Unidos Buscando Paz? Então que vivamos o olhar amigo no olhar de uma amiga.  

PELAS RUAS DAS CIDADES

      Pelas ruas das cidades encontramos pessoas caminhando apressadamente cada qual rumo a seu destino, seja ele o trabalho, a escola, as compras, ou simplesmente o regresso pra casa.
      Algumas pessoas caminham falando ao celular, outras caminham conversando com conhecidos, e outras caminham sozinhas pensando na vida. Caminham apressadamente sem reparar ao seu redor. Às vezes quando reparam é somente nas vitrines das lojas, no enfeite da rua para uma determinada festa da época, enfim, reparam apenas em detalhes mais chamativos e materiais.
      Vão correndo tentar resolver seus problemas, às vezes tropeçando em quem está na frente, e assim tão preocupados com o que fazer nem veem o cair da tarde, não se dão conta do tempo. E o tempo que não tem nada com isso vai simplesmente passando no seu jeitinho de ser. As pessoas correm contra o tempo, contra elas mesmas sem perceber. Estão apressadas em resolver determinadas situações e não percebem que essa pressa pode causar outros problemas.
      Um período meio egoísta onde só se pensa em si mesmo. Reparam no material e esquecem de reparar nas crianças que estão ali na praça, não olham mais nos olhos dos adolescentes, não conversam mais com os jovens, não trocam mais ideias com os adultos, nem param para ouvir as histórias dos idosos. E sem "tempo" pra isso vamos ficando cada vez mais escravos das obrigações e mais egoístas uns com os outros.
      Independente da sua idade, ao passar pelas ruas da sua cidade repare mais nas pessoas, mas não na maneira de vestir, andar ou falar... Mas sim no olhar daquelas pessoas, no rosto delas. O que o olhar daquela criança diz? O adolescente que todos os dias passa por aquela rua está sempre alegre ou sempre triste? O que se passa com aquele jovem que já tentou ir pra igreja e hoje não tem tanta fé? O adulto que trabalha, trabalha e segue com dívidas e um olhar entristecido? Por que o idoso anda tão calado? Outro ponto é que essas perguntas podem ser alegres também: por que essas pessoas estão tão felizes?
      Num mundo tão moderno e acelerado é necessário parar um pouco e dialogar com as pessoas fora das redes sociais. Já parou pra pensar que o estranho que está no banco ao seu lado está precisando de desabafar algo? Ou talvez ele não quer dizer nada, quer apenas um abraço. O que custa chegar e deixar uma boa mensagem? Um olhar de esperança pode ajudar muito alguém que está solitário no banco da braça ou no canto da rua aí no seu bairro. Sabe essas pessoas que ficam jogando nos bares? Então... Pare um pouco chega lá e transmita paz, esperança, amor...
      Enfim, muitas pessoas não estão nas drogas, nem aparentam acabadas, mas podem estar necessitados de uma conversa, de um abraço, de um olhar. Não custa tirar uns minutinhos do dia e dialogar com elas. E ainda, às vezes é você quem necessita disso, então não se tranque, mas saia em busca desse olhar, desse abraço. Às vezes a maior dívida que temos a pagar é a de ajudar um irmão necessitado de uma palavra, um olhar, um abraço. E essa dívida não custa um centavo. Essa é a conta que você paga e fica verdadeiramente feliz.
      O tempo vai passando... E nós temos que passar também... O tempo não para, mas nós precisamos parar e observar para então agir certamente. Anime as crianças, as adolescentes, os jovens, os adultos e os idosos. E deixe-se ser animado por eles.